Home Notícias Administração da Petrobras tem de ser responsabilizada pelas irregularidades nas vendas de ativos, já efetuadas

Administração da Petrobras tem de ser responsabilizada pelas irregularidades nas vendas de ativos, já efetuadas

O Tribunal de Contas da União (TCU), em sua última reunião, autorizou a Petrobrás a retomar seu plano de desinvestimentos, mas exige alterações em processos e novas regras. Com isso, a empresa tem de reiniciar do zero os processos que estavam em andamento e ainda não tiveram contratos assinados.
Este é um reconhecimento claro por parte do TCU de que a forma como a companhia estava negociando seus ativos não atendia as exigências legais.
Mas fica uma pergunta. Por que o TCU não diz nada sobre as vendas já realizadas? Vendas feitas sem nenhuma transparência, sem concorrência, em negociatas diretas ao arrepio da lei. Será que para o TCU a administração da empresa não tem de ser responsabilizada por seus atos?
Até o momento, a Petrobrás já vendeu irregularmente os seguintes ativos:
– Ativos na Argentina para a Companhia Geral de Combustiveis (CGC): US$ 101 milhões.
– 40% da subsidiária Gaspetro para a Mitsui Gás e Energia do Brasil: US$ 540 milhões.
– Ajuste de preço da petroquímica Innova, vendida para a Videolar, e ativos na Colombia: US$ 92 milhões.
– 67,1% da Petrobrás Argentina (PESA) vendida para a Pampa Energia: US$ 897 milhões.
– 100% da Petrobrás Chile Distribuidora (PCD) para o Souther Cross Group: US$ 2,5 bilhões.
– Participação no bloco exploratório BM-S-8 para a Statoil : US$ 2,5 bilhões.
– 90% da unidade de gasodutos Nova Tranportadora do Sudeste (NTS) para o consórcio Brookfield: US$ 5,19 bilhões.
– 100% da NSS localizada no Japão: US$ 124 milhões.
– 100% da Liquigas para a Ultragaz: R$ 2,8 bilhões.
Pelo que temos conhecimento, são poucas as reações a este processo inescrupuloso. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) abriu um processo contra a venda do bloco BM-S-8 para a Statoil. E o Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe tem uma ação contra todas as vendas, que nesta semana foi transferido do STJ para o STF e encontra-se na mesa da presidente Carmem Lúcia.
Notícia publicada hoje (17/03) no Valor Econômico informa que a Petrobrás alegou que o fracasso na venda de ativos resultará em “Dificuldades para recuperar sua financiabilidade, o que , por consequência, acarretará novos cortes de custos e a necessidade de solicitar aporte financeiro da União”.
Trata-se de uma ameaça ridícula onde a empresa contradiz a palavra de seu próprio diretor financeiro, Ivan Monteiro, que em recente entrevista coletiva se gabou com os jornalistas de que, independentemente da venda de ativos ou da captação de empréstimos, a Petrobrás dispõe de caixa suficiente para cobrir suas necessidades nos próximos 2,5 anos. De fato, olhando o último balanço publicado podemos constatar que a empresa tem um caixa robusto de US$ 22 bilhões e uma liquidez corrente de 1,78, o que, para quem tem alguma noção de balanço, é uma demonstração cabal de que não existe problema financeiro. Mentira tem perna curta.


Cláudio da Costa Oliveira – Economista aposentado da Petrobrás para o portal Brasil 247 

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