A categoria petroleira está em celebração. Depois de muita luta e de um trabalho que envolveu organização política, ações judiciais e muito engajamento social, a Petrobrás suspendeu as vendas de concessão para o campo de Albacora. O caminho adotado pela empresa, agora, será o de reinvestimento e revitalização do ativo, que está localizado em águas profundas da bacia de Campos.
“Essa decisão por parte da Petrobrás é uma vitória gigantesca para toda categoria petroleira, em especial para a sociedade. Há alguns anos os sindicatos e a FUP estão denunciando o desmonte que a atual gestão da empresa vem realizando com seus ativos, vendendo à preço de banana. E essa desistência aponta para um caminho de recuperação e de proteção de nossas riquezas, em defesa da soberania nacional”, celebra o coordenador geral do Sindipetro/ES, Valnísio Hoffmann.
E a diretoria do sindicato reconhece essa suspensão de venda como uma vitória exatamente por ela vir depois de um longo trabalho, envolvendo denúncias, ações judiciais e mobilizações internas e externas, sempre apontando os riscos de se vender Albacora. “Principalmente porque a venda do campo, que seguindo o modelo padrão da Petrobrás estava sendo negociado abaixo do valor de mercado, significaria a redução de empregos e renda, além da perda de um dos projetos de maior investimento da empresa, onde se espera um retorno financeiro e social bem alto, para o país e para a sociedade”, reforça o coordenador geral.
Além de suspender a venda, a Companhia optou por manter o ativo em seu portifólio. E já ouve divulgação dos próximos passos, com um projeto de investimento que prevê a contratação de uma nova plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo) para o campo de Albacora, em substituição às duas unidades de produção que operam no ativo atualmente (P-25 e P-31).
E apesar da informação oficial da Petrobrás alegar que a suspensão de venda de Albacora não irá afetar a venda da Albacora Leste – com contrato assinado em abril deste ano com a PetroRio S.A. – a luta da categoria petroleira, de acordo com o Sindipetro/ES, seguirá no caminho para que esta negociação e tantas outras sejam canceladas.
“O nosso pré-sal não pode ser doado para empresas privadas. São anos de investimento, de tecnologia própria, de profissionais que se tornaram especialistas e referências mundiais. Desfazer desse ouro, dessa riqueza nacional, é o maior erro de todos”, enfatiza Hoffmann.
