Sindipetro ES

Sindipetro-ES completa 28 anos de uma história com muitas lutas e conquistas

 
Há 28 anos um grupo de petroleiros e petroleiros se reunia em São Mateus para fundar o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Extração de Petróleo do Espírito Santo (STIEP-ES), que mais tarde se tornaria o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo. Comemorar esse aniversário é lembrar-se da trajetória do Sindipetro-ES de muitas lutas, conquistas e de muito trabalho em defesa dos trabalhadores das áreas de petróleo e gás no estado.
No começo, a atuação do Sindipetro-ES estava mais voltada para o Norte, já que a Sede da Petrobrás ainda era em São Mateus. Mirta Chieppe fez parte da comissão de criação do Sindicato e lembra bem dessa época. “Exerci na criação o cargo de Conselheira Fiscal e em 2014 fui eleita Vice – Coordenadora Geral do Sindipetro-ES”, conta. Hoje, ela está aposentada, mas continua ativa dentro do sindicato com três cargos, entre eles o de Diretora da nova Secretaria das Mulheres.
Também aposentado, José Mendes já participou de importantes lutas do movimento sindical capixaba. Transferido da Bahia, quando chegou em São Mateus, logo procurou o Sindipetro-ES para se filiar. Nos anos seguintes, foi diretor em duas gestões, uma delas em 1994, quando enfrentou uma greve histórica contra o Governo FHC.
Durante os governos de Collor e FHC, principalmente, os sindicalistas petroleiros eram hostilizados, eram proibidos de entrar nas áreas da empresa, eram taxados de terroristas e baderneiros, embora estivessem apenas lutando pelos direitos da classe. Nesses 28 anos de lutas e conquistas foram marcados principalmente por grandes greves, em especial as greves de 1991, 1995 e de 2015 contra o sucateamento, desmonte e “entreguismo” da Petrobrás e suas subsidiárias, como fizeram com a Vale, a Embraer e com muitas outras empresas.
Mirta se lembra da Greve de 1991, que durou 21 dias, e foi contra as políticas de arrocho salarial sem precedentes no governo neoliberal do FHC. “Nossa greve foi considerada ilegal e abusiva pelo TST, e na época fizemos um Ato simbólico de “dar as costas” e “cartão vermelho” para o TST, e tivemos como penalidade além das faltas na ficha de registro na Petrobrás, os contra-cheques “zerados”, e recebemos na ocasião uma ajuda de custo do recém-criado Sindicato”, conta.

Durante todos esses anos, o movimento sindical capixaba participou de muitos outros momentos marcantes e Mendes relembra as Greves de 1994 e 1995 como um deles. “As greves foram fundamentais para barrar a venda dos Campos Terrestres, inclusive, muito desses campos estão dando muito petróleo hoje em dia. Considero essa uma das grandes conquistas que me orgulho de ter feito parte”, conta Mendes.
Já para Mirta, a maior conquista foi ampliar a participação da mulher no movimento sindical. Durante muito tempo, ela foi a única mulher no sindicato e neste ano, a companheira Priscila Patrício juntou-se a luta. “Agora estamos juntas dando continuidade ao trabalho de empoderamento da mulher petroleira”.   
Atual diretor do Sindipetro-ES, Paulo Rony é filiado há 10 anos e também viu o crescimento do sindicato, que nos últimos anos se tornou uma instituição respeitada em todo Brasil por sempre manter os interesses dos trabalhadores em primeiro lugar. “Independente da gestão, a missão do sindicato é defender os direitos dos trabalhadores e defender a Petrobrás como empresa pública e do povo. Dessa forma, mantemos a categoria unida e o sindicato cada vez mais forte”, diz. 

Apesar da conjuntura política atual e as Reformas que tentam acabar com os direitos do trabalhador, Mendes vê um ressurgimento da força sindical. “Na origem do Sindipetro-ES tínhamos um inimigo comum que era o neoliberalismo, o arrocho salarial, a inflação, que fez com que os trabalhadores do Brasil inteiro se unissem. Agora temos de novo o trabalhador no alvo dessas reformas absurdas, mais uma vez temos um mesmo inimigo e vejo que essa união dos movimentos sindicais de todo o Brasil vai acontecer de novo”.
Nascido no Norte do Espírito Santo, O Sindipetro-ES hoje é um sindicato forte, uma instituição respeitada e reconhecida em todo o Brasil. Isso se deve à confiança, comprometimento e engajamento de cada petroleiro e petroleira, que ajudou a construir essa história.
 

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