Pelo terceiro ano consecutivo, a inflação será de dois dígitos em nosso país. Foi assim em 2020, em 2021, e a previsão é a mesma para 2022. A gasolina, assim como o diesel e o gás de cozinha, seguem sendo parte dos responsáveis, não só por conta dos constantes e abusivos reajustes, e que já sabemos dos reais motivos internacionais (PPI) e privatistas; mas também por influenciarem diretamente no aumento dos preços de diferentes produtos. O transporte e, consequentemente, a alimentação, o vestuário e os diferentes setores da indústria e de serviços também estão mais caros.
A pergunta que precisamos fazer é: o que não está aumentando? E, infelizmente, nós sabemos a resposta: o salário!
Ir para a mesa de negociação com a atual gestão da Petrobrás virou o grande desafio. Uma empresa que demonstra nenhuma preocupação com o trabalhador, que apresenta propostas longe da realidade atual imposta por um governo que lava as próprias mãos em meio ao caos econômico e social que ele mesmo causou.
Um exemplo disso é que essa gestão repetiu na nova contraproposta do ACT praticamente o mesmo conteúdo apresentado na primeira proposta, e que foi rejeitada por unanimidade pelos trabalhadores.
A empresa mantém o desmonte das principais conquistas da nossa categoria, insistindo na retirada de direitos históricos, como a AMS e o regime de turno, em um ataque sem precedentes a todos os petroleiros. E ainda insiste na extinção do parágrafo 4º da Cláusula 42, que trata sobre segurança no emprego; e na imposição de arrocho salarial, com um reajuste ridículo de 7% – enquanto os gestores acumulam superbônus e os acionistas são beneficiados com dividendos recordes à custa dos altos preços dos combustíveis e das privatizações.
Você pode conferir tudo aqui! (inserir anexo)
O que vemos, até o momento, é que não há intenção de diálogo. Temos uma gestão irredutível, incompetente e desconexa à realidade da nossa categoria. O que torna cada vez mais visível o seu real interesse: seguir com o objetivo de aniquilar a maior empresa da América Latina.
Eles já estão, há anos, fatiando a Companhia, vendendo ativos como se estivéssemos num grande varejo, com promoções que fazem enlouquecer não apenas o gerente, mas a população inteira. E não será surpresa para ninguém se também fizerem o possível e o impossível (para não dizer ilegal) para vender tudo e acabar, de vez, com nossos empregos.
E isso fica cada vez mais nítido, ainda mais depois de uma campanha interna onde o que interessa à atual gestão é apenas oferecer “reconhecimento para quem merece”. É sério isso? Essa afronta à categoria petroleira dói na garganta, porque é preciso fazer muita força para não gritar; e mais, ainda, para não adoecer.
A pergunta que fazemos de volta é: E você, trabalhador? Não merece ter o seu esforço, a sua dedicação e o seu suor reconhecidos? As horas a mais de trabalho, os dias que fica sem ver a família, os riscos à saúde e à própria vida que assume: tudo isso não é digno de reconhecimento?
Vamos ser realistas: só há merecimento na Petrobrás para quem já abaixou a cabeça e aceitou ser peça de xadrez na privatização. Só que a verdade é que nem essas pessoas terão seus empregos garantidos se a empresa for vendida.
Não há mais espaço para ser egoísta! Não há mais espaço para pensar somente em você! Este ACT representa muito mais que um reajuste de salário, ele representa a manutenção de nossos direitos, de nossos empregos e de nossa dignidade!
Chegou o momento de decidir qual será o seu lado. Está preparado?
O lado do Sindipetro/ES sempre será o lado do coletivo, o lado que se preocupa pelo bem de todos, sem deixar ninguém de fora.
É o lado da união, o lado de quem mantém a Petrobrás produzindo e que ainda acredita em seu potencial; o lado de quem defende a Soberania Nacional e que ainda luta por combustíveis a preço justo, pensando em toda população!
Também é o lado de quem valoriza e reconhece o “olho no olho”, de quem se apoia e segue em frente, “ombro a ombro”, enfrentando juntos cada desafio que aparecer.
Este é o lado da classe trabalhadora, do chão de fábrica, do peão. Mas também pode ser o lado do supervisor, do gestor e de quem mais quiser enfrentar o que está por vir.
#VemProNossoTime