No dia 11 de Fevereiro de 2015 ocorreu o pior acidente da história do Espírito Santo no setor de petróleo e gás. A explosão do navio-plataforma Cidade São Mateus deixou nove mortos e 26 feridos.
Sete anos depois, a paralização de um novo navio plataforma no ES após vazamento de óleo nos dá a sensação de ver se repetindo o mesmo desastre. O protagonista desse filme de terror nós sabemos: o afretamento de plataformas da Petrobrás.
O afretamento de plataformas foi uma tentativa de dar agilidade à produção. Elas foram utilizadas no Brasil porque a indústria nacional ainda não dava conta e não estava preparada estruturalmente para dar conta do crescimento que a Petrobrás teve logo após a descoberta do Pré-sal.
O problema é que não foi dado o próximo passo. A indústria nacional deveria ter acompanhado esse processo, com gigantes investimentos na indústria naval. Só que esses investimentos ficaram para trás, como toda a indústria nacional após a Lava-Jato.
As empresas de afretamento querem unicamente cumprir metas e maximizar os lucros. A segurança ambiental e dos trabalhadores ficam no segundo plano. Elas não fazem treinamento adequado dos trabalhadores e costumeiramente fazem o sucateamento de equipamentos. Basta ver os últimos acidentes.
Além disso, o histórico nos permite perceber que plataformas afretadas são deliberadamente morosas no atendimento às demandas de segurança para prover informações ao público.
Quando acontecem problemas (e eles geralmente acontecem), a culpa cai na Petrobrás, que tem que resolver os crimes e leniências dessas empresas!
O Sindipetro/ES tem um representante na comissão que investiga o vazamento da plataforma. Vamos acompanhar e cobrar que seja uma investigação séria em que se apurem as causas e sejam criadas ações de mitigação para que não ocorram novos acidentes como este que colocam em risco a vida dos trabalhadores e o meio ambiente.