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Só acredita em conto de carochinha quem quer!

Deu a louca em Bolsonaro? Não. Nos últimos dias, cada passo feito pelo fascista preferido da boiada segue em direção à privatização da Petrobrás. Não se engane: ele quer vender a Estatal, mas agora prefere mostrar o quanto está preocupado em salvar a empresa e recuperar a economia nacional.

Há alguns dias, Bolso*erro* falou sobre as propostas de Emenda Constitucional e do Projeto de Lei Complementar n° 18 para fixar em 17% o teto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e zerar os impostos federais em cima dos combustíveis. Nada novo!

Essa tática de falar sobre a redução do ICMS – imposto que é dos Estados e usado no investimento em serviços públicos, destinados à população – já faz parte do discurso bolsonarista desde que ele assumiu a presidência. Os próprios governadores já declaram publicamente o quanto essa proposta é absurda, e mesmo assim o senhor do caos, dono da destruição e promotor do fim do Brasil, segue defendendo a fanfic fascista de que essa é a solução dos problemas. Não tem nem uma tecla nova pra bater.

E zerar o imposto federal também não muda a realidade. Vamos ser realidades: o GLP – o famoso gás de cozinha – já está com as taxas da União reduzidas, e não houve diminuição no valor de mercado. Pelo contrário, o botijão segue aumentando consideravelmente, impactando em 8% a 10% da renda mensal da família brasileira.

Para completar a decoração desse doce intragável, Bolsonaro ainda inclui uma cereja estragada no topo. Ele disse que pretende construir novas refinarias no Brasil. Oi? Tú tá de sacanagem! Foi Bolsonaro quem vendeu mais de 60 ativos da Petrobrás nos últimos três anos, incluindo refinarias, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas e até a BR Distribuidora, entre outros. E ainda há mais de 30 ativos à venda. Para de caô!

A Refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Bahia, já foi vendida. E ainda há um acordo da Petrobrás com o Cade para vender outras sete. E agora o Messias do apocalipse vem com o papinho de construir novas? Mas a intenção não é abrir o mercado brasileiro para empresas estrangeiras? Então por que essas empresas não constroem as próprias refinarias enquanto a Petrobrás segue produzindo com as que ela já tem? Esse paradoxo neoliberal, nos últimos anos, fez com que o poder público congelasse os investimentos da Petrobrás por anos, reduzindo a produção e aniquilando o crescimento da empresa, enquanto liberava recursos federais para que empresas privadas comprassem os ativos da Estatal que foram colocados à venda. Para, agora, vir com discurso de construir novas refinarias? Tem caroço nem angu!

Há tantos devaneios e criações mirabolantes nessa nova tática de Bolsonaro que chega a ser digna a ser reconhecida como uma das fake news mais bem trabalhadas e desenvolvidas pela equipe bolsonarista. Não é só mais uma mentira, há toda uma metodologia construída para sustentar a mentira. Inventam uma crise que não existe, espalham que a Petrobrás está falida, reduzem os investimentos na empresa, diminuem a produção, desvalorizam ainda mais a Estatal e, assim, começam a vender suas unidades a preços mais baixos que a lojinha da esquina.

Táticas comuns a um capitalismo desesperado, preso por elásticos de bungee jump, que de tão usados estão prestes a arrebentar e, mesmo assim, seguem saltando em direção ao abismo, sem desistir de seguirem cada vez mais fundo para conseguir o que tanto desejam: acabar de vez com a soberania do nosso país!

A estratégia pode até ser mirabolante, mas faz sentido na cabeça de quem ainda acredita em Bolsonaro. Tanto que, agora, ele aparece como a imagem de quem quer mostrando serviço – a ironia é que ele tem uma média inferior a 5 horas de trabalho por dia, em seu mandato – e defendendo um discurso de “estou tentando o meu máximo”.

E por que isso agora? Bem, além de estarmos em véspera de eleição e de a maioria da população brasileira culpar Bolsonaro pelos constantes aumentos nos combustíveis, o que o força a atirar para todos os lados, em busca de outros culpados, para melhorar sua imagem; apresentar, agora, a figura de um presidente preocupado com a nação, fazendo de tudo para resolver o problema, o ajuda a reforçar o discurso que será apresentado mais adiante e que defenderá como única solução a privatização da Petrobrás.

E isso é fácil de entender porque nada do que Bolsonaro apresentou como saída para melhorar o preço dos combustíveis será uma solução real do problema. Já que não adiantou trocar de presidente da Petrobrás, como ele muda de mentiras; troca-se a imagem de um homem que nada faz – e nada faz, mesmo – por um que diz que faz. A questão é que a única forma de reduzir os preços de combustíveis, no país, é mudar a política de preços da Petrobrás. E Bolsonaro sabe disso. Ele mesmo, em 2018, fez discursos constantes defendendo o fim do PPI – Preço de Paridade de Importação. O que será que fez ele mudar? O poder? Paulo Guedes? Os bilhões pagos anualmente aos acionistas estrangeiros da Petrobrás pelo lucro oriundo da venda dos ativos da empresa?

De nada adianta mudar o ICMS ou zerar o imposto federal se o combustível no Brasil seguir com a estratégia de equiparar a produção feita aqui com os valores do que é feito lá fora. Assim como também não adianta falar que vai construir novas refinarias, se atualmente a decisão desse Governo é de vender as que já têm.

Toda essa enrolação é apenas para preparar o terreno para a defesa do interesse real de Bolsonaro e sua trupe: privatizar a Petrobrás. E assim o é para, quando vier o momento de assumir a privatização em público, estar com a desculpa bem ensaiada, no discurso pronto do “eu tentei, mas não tem como, vamos ter que privatizar”. Nem precisa de bola de cristal para prever o enredo final dessa fanfic mercadológica de Bolsonaro. O roteiro está explícito, pré-editado, só aguardando o momento correto para apresentar o clímax neoliberal com a privatização.

Ergam as cabeças e elevem seus corações, senhoras e senhores. Porque a luta promete ser árdua!

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