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Contra o PPI e as privatizações tendo Lira como inimigo

Na últioma semana a Câmara aprovou, em Brasília, a urgência na tramitação do projeto de lei de autoria do líder do PT, Reginaldo Lopes (MG). O projeto prevê regras de transparência para a composição dos preços dos combustíveis definidos pela Petrobrás.

O texto original da proposta inclui mudanças na política de preços, o PPI (Preço de Paridade de Importação). Há quem diga que essa parte do texto irá cair.

Bem, o que você precisa saber?

Primeiro, o fim do PPI é fundamental. Precisa ser já, para ontem! O Preço de Paridade de IMPORTAÇÃO (alô, Folha de São Paulo, Estadão, Istoé e Globo! Passou da hora de falar isso certo, pô!) insere custos indevidos na composição de preços da Petrobrás. São fretes inexistentes, impostos desnecessários e até seguros de navios fictícios.

Fazem isso para aumentar a margem de lucro (garantindo assim os gordos dividendos dos acionistas) e possibilitar o lucro das importadoras de combustíveis que passaram a agir no país (em 2014 eram 50, hoje são 500, o preço dos combustíveis diminuiu?).

Dito isso, o PPI tem que cair e essa é a luta de toda a ESQUERDA. Mas esse é só um dos pontos. Para que o PPI caia, o Governo Bolsonaro deverá desfazer o acordo feito com o CADE, ainda no governo Michel Temer. Isso não é um problema para quem é comprometido com o povo, mas para quem ganha generosos contratos com a política de desinvestimentos (a exemplo do BTG Pactual e de Paulo Guedes!) isso não é tão simples.

Resumindo, duvidamos que setores da direita continuarão com esse discurso contra a política de preços da Petrobrás. Entendemos que isso é apenas uma cortina de fumaça. Uma tentativa de Bolsonaro de se portar como quem se importa com o que está acontecendo no país.

Uma forma de ele falar “a Petrobrás não deixa eu fazer nada, taokei?”.

Voltando para o que nos importa, o PPI, vamos lutar para acabar com esse absurdo até o fim. Mas a sociedade precisa entender o seguinte: não adianta apenas acabar com o PPI. É preciso dar um basta na política de privatização da Petrobrás e reverter algumas das vendas que foram feitas nos últimos anos.

A Petrobrás entregou a BR Distribuidora (OS POSTOS BR NÃO SÃO MAIS DA PETROBRÁS!), a TAG (e agora está pagando US$ 3 bilhões por ano de aluguel para a empresa que comprou os gasodutos da TAG), a RLAM e a REMAN (duas refinarias importantíssimas para a produção de combustíveis no Brasil).

O impacto da mudança da política de preços tende a ser bem menor do que poderia, por causa da destruição que foi causada na Petrobrás nos últimos anos. E é importante que isso fique claro para a população. Pois não há dúvidas de que Bolsonaro e sua quadrilha usarão da frustração da população para jogar isso ao seu favor e colocar a culpa toda na Petrobrás.

Não esqueçam que 86% da população hoje culpa Bolsonaro pelo preço dos combustíveis. Ele não quer resolver esse problema. Para ele, basta que essa percepção mude para a Petrobrás.

E sempre é importante lembrar: o Governo Federal MANDA na Petrobrás, por ter o poder de escolher a maioria dos conselheiros e o presidente da companhia. Se ele quisesse realmente mudar alguma coisa na política de preços, ele já teria feito isso em uma canetada. No máximo duas. Se não o fez até agora é porque não quer.

O que Bolsonaro quer é continuar maximizando os lucros dos acionistas privados, enquanto vende o máximo possível da Petrobrás, dizendo que não tem nada a ver com isso.

Estejamos atentos e fortes!

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