Descumprindo com as determinações do STF, a Petrobrás segue com as ações de privatizações e o desmantelamento da empresa. Nesta terça (11), foi divulgado o início do processo de venda dos 27 campos terrestres localizados no Norte do Espírito Santo, liberando o processo que a empresa chama de desinvestimento. Os interessados já podem apresentar propostas.
“Estamos de olho e acompanhando de perto cada passo dado pela Petrobrás em direção à destruição da empresa. Não compactuamos com essas decisões, e seguimos na luta contra a venda dos campos terrestres capixabas”, afirma Patrícia Jesus Silva Gonçalves, da Secretaria do Setor Privado e Terceirizados do Sindipetro-ES.
Vender os 27 campos terrestres, no Norte do Espírito Santo, significa mais demissões e remanejamento de empregados concursados, além de impactos negativos na economia do comércio e de serviços, principalmente nos municípios de São Mateus, Jaguaré, Linhares e Conceição da Barra. Além disso, o anúncio da venda desses ativos desrespeita decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A venda ainda provoca uma perda financeira para a economia do país da produção diária de 3 mil barris de óleo, 20% da produção onshore (produção em terra). O que só vai piorar a situação financeira desses municípios e ampliar o desemprego na região.
Além disso, diferente do que o Governo Federal afirma, o ativo norte do Espírito Santo é rentável. São produzidos cerca de 15 mil barris de petróleo por dia, em 400 poços de 50 concessões, sendo que a maior parte é de campos maduros com estrutura de produção e logística já prontas.
A região ainda é a responsável por grande parcela da matéria prima usada na produção dos componentes lubrificantes usados em veículos da frota brasileira. “Não podemos permitir que o país perca as oportunidades de crescimento econômico e a sua independência na exploração do petróleo”, frisa Gonçalves.
