Contratados da Transpetro tem de cumprir duas horas de almoço
Excelente. Ótimo era o que eu precisava.
Com duas horas de almoço posso ir em casa tranquilamente, almoçar, tirar uma soneca. Ainda dá tempo de ir ao Supermercado, fazer umas comprinhas e sobra um espaço para ir ao banco e na lotérica fazer uma fezinha. Entre muito outras coisas.
Bom, duas horas de almoço é meu sonho de consumo. Se são duas horas de almoço, no horário comercial, terei liberdade para fazer o que eu quiser, inclusive namorar. Com duas horas de almoço posso fazer um curso e melhorar o meu currículo. Sei de um curso de Alemão das 13h às 14h50. Vou me matricular.
Enfim, duas horas é muito tempo e a imaginação é o limite.
Agora, imagine você ter todo esse tempo e ser impedido de ir e vir? Não poder se afastar do ambiente de trabalho. Ter zero de lazer.
Alguém te obrigar a ficar duas horas, sem trabalhar, sem receber e a disposição dessa pessoa. Não poder fazer tudo aquilo que você tem vontade e precisa fazer, nas suas “duas horas de almoço? ”
Duas horas é o máximo que exijo que o meu filho, de 13 anos, estude por dia. É muito tempo para uma pessoa exigir que fique a sua disposição sem receber nada. Duas horas de estudo por dia, depois de um tempo, você conclui uma faculdade.
Os motoristas das áreas da Transpetro ficam duas horas sem poder ir a lugar nenhum, sem poder resolver seus problemas particulares e a disposição do empregador, cumprindo “hora de almoço”. Em lugares equivalentes a confinamento. Isso é cômico para não dizer trágico. Ou trágico para não dizer cômico?
Breno Bidart é Técnico da Administração Controle Senior
