A Revolução Industrial deu os primeiros passos na Inglaterra do século XVIII, espalhando-se para o resto da Europa naquele mesmo século. O momento propiciava um incremento tecnológico na maneira como o trabalho era realizado nos países europeus. A energia humana e as ferramentas eram substituídas pela força motriz e pelas máquinas. Com os novos métodos, a produção de mercadorias tornava-se mais rápida e consequentemente, mais lucrativa. A mudança acarretada pelo desenvolvimento das máquinas foi tal, que diversos empresários começaram a investir nas indústrias.
Durante os primeiros anos, a revolução manteve-se restrita ao território inglês, naquela época, conhecido como “oficina do mundo”. Ali, a burguesia prosperava com a produção de bens de consumo, especialmente têxteis e energia a vapor. O pioneirismo inglês deu-se por uma combinação de fatores como capital, recursos naturais e transformação agrária. No século que antecedeu a industrialização, a burguesia inglesa expandia os horizontes para conquistar o mercado mundial e assim transformando a estrutura agrária do país, preparando o território para as mudanças vindouras.
Além destas causas, as riquezas do país eram fortemente geradas pela exploração dos continentes americano e africano, além do tráfico de escravos que ainda preponderava na Europa durante aquele século. A partir de 1850 os novos meios de produção passaram a ocupar lugar preponderante em outros países europeus e extrapolando as fronteiras do velho continente, chegando aos Estados Unidos e a Ásia.
Apesar do agente facilitador das máquinas, a Revolução Industrial foi um período de grande desvalorização do trabalho manual. As máquinas transformaram o trabalho em algo contínuo e mecanizado. Trabalhos manuais como o de artesãos encontravam- sem em plena decadência, uma vez que era virtualmente impossível competir com os grandes conglomerados capitalistas das fábricas.
Nessa época, a situação da classe operária tornava-se insustentável. Nas fábricas, as jornadas de trabalho iam de dez a dezoito horas. As regras eram extremamente rígidas e ainda assim, os pagamentos aos trabalhadores eram de 20% a 40% mais baixos do que o necessário para uma subsistência digna. As condições de trabalho também eram péssimas, o que contribuía para doenças e morte no ambiente de trabalho.
A origem do sindicalismo
No ano de 1824 é aprovado pelo Parlamento inglês a criação das trade unions, organizações sindicais semelhantes aos atuais sindicatos. Esta aprovação é uma das primeiras vitórias dos trabalhadores ingleses, pois estendia a livre associação dos trabalhadores. Algo antes somente permitido ás classes sociais dominantes.
Quase que paralelamente ao surgimento da industrialização, surge o sindicalismo. Dado às condições em que vivia a Europa no momento, a sociedade se dividiu em dois grandes pólos: a burguesia e o proletariado. Era inegável o antagonismo de interesses das duas classes. Com o tempo, os trabalhadores passaram a se organizar para confrontar empregadores e discutir as condições de trabalho da época. A partir de 1830, a Associação Nacional de Proteção do Trabalho é formada por operários britânicos. A associação torna-se uma central de todos os sindicatos.