Os trabalhadores de manutenção da UTGC, em Cacimbas, e UTG-Sul, em Anchieta, decidiram pela greve a partir do dia primeiro de agosto. O motivo é a retirada da escala especial da manutenção em áreas remotas, 4×3, pelo novo gerente do ativo. Cerca de 95% dos presentes, inclusive quem não utiliza a escala, aprovou a paralisação das atividades.
Entenda o caso
Após mais de cinco anos, as equipes de manutenção da UTGC e da UTG-Sul foram surpreendidas com a notícia de que o novo gerente geral do ativo, há menos de 3 meses no cargo, quer acabar com a escala especial da manutenção em áreas remotas, 4×3. Ela consiste na compensação de horas praticadas nestas unidades, para melhor otimização dos trabalhos e melhor qualidade de vida para os trabalhadores.
A escala é dividida em dois grupos: um faz de segunda a quinta, e o outro, de terça a sexta. Cada grupo trabalha 10 horas por dia, ficando com um dia livre na semana para que os trabalhadores possam resolver suas atividades do dia-a-dia, visto que essas unidades ficam em áreas remotas. Assim, as bases ficam com trabalhadores próprios duas horas a mais por dia e resguarda todos os dias da semana, não gerando custo adicional.
Essa conquista se deu após vários debates e estudos entre o RH e o Sindipetro-ES com aumento significativo em todos os indicadores acordados, avaliados durante os primeiros anos da sua implantação. Entre os principais avanços, estavam a continuidade operacional e a segurança das unidades, com o acompanhamento das Permissões de Trabalho – PT’s sendo feita pelos técnicos de manutenção próprios.
Porém, sem justificativa plausível, o novo gerente, que mal assumiu seu cargo, teve a “brilhante” ideia de prejudicar esses trabalhadores já afetados, como todos os outros, pelas políticas de desvalorização e medo, promovidas por Pedro Parente.
A gestão da Petrobrás está mentindo, pois o novo gerente geral, em reunião oficial, disse ao sindicato que o motivo do fim da escala é uma orientação de RH, como se ela estivesse “ilegal”. O RH da RGN, ao ser consultado, informou que era uma decisão por necessidade da própria gerencia operacional que, por sua vez, disse se tratar de uma medida do gerente de manutenção.
Desta forma, ficou um jogo de empurra-empurra, no qual se procrastina uma decisão sem qualquer fundamento real e correto, dentro das premissas estabelecidas com o sindicato há cinco anos, época da implantação dessa escala.
Para piorar, foi dito “informalmente” pelos supervisores que no dia 01 de agosto de 2017 a escala vai acabar. Até este momento o sindicato não recebeu resposta formal aos seus vários ofícios enviados, solicitando uma reunião, com a apresentação dos indicadores, de modo a justificar a alteração. Apenas uma ligação do RH foi atendida, informando a data do fim da escala.
O Sindipetro-ES respondeu formalmente com o Aviso de Greve, prevista a partir do dia 01 de Agosto de 2017. Tanto os trabalhadores da UTGC quanto da UTG-Sul vão paralisar suas atividades, caso a nova gerência insista em retirar esse direito conquistado sem diálogo, sem justificativa, e sem um prazo razoável de adequação, caso seja comprovada a necessidade de alteração da escala.
A luta continua!