O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) vêm a público repudiar veementemente a decisão da comissão organizadora do 8° Petroufes em cancelar a palestra do economista Cláudio da Costa Oliveira, aposentado da Petrobrás e representante do Sindipetro-ES. Marcada para esta sexta-feira (7), a palestra encerraria o evento de petróleo e gás que começou no dia 4 de abril.
Era de se esperar que Cláudio da Costa, com sua vasta experiência, denunciaria a maquiagem feita nas contas da Petrobrás para justificar o desmonte feito pelo atual presidente Pedro Parente, com a venda de ativos e a entrega da companhia para o capital estrangeiro. O tema desenvolvido por ele seria: Análise Financeira da Petrobrás.
De acordo com a organização do PetroUfes, a Shell, patrocinador Ouro do evento, discordou do ponto de vista e do conteúdo da palestra dos diretores Felipe Homero e Wallace Ouverney, na tarde de quinta-feira (6), que, com dados técnicos, mostraram o verdadeiro objetivo da Operação Lava Jato, os números reais do preço de petróleo no mundo e a necessidade da estatização da Petrobrás. Devido a isso, a Shell pressionou os organizadores a cancelar a participação do representante do Sindipetro-ES.
Os diretores do Sindipetro foram comunicados do cancelamento da palestra em uma ligação na noite de quinta-feira (6). No telefonema um dos integrantes da comunicação do PetroUfes, disse que o professor-coordenador Oldrich Joel Romero fez pressão no aluno-coordenador Filipe Duarte, afirmando que alguns congressistas não gostaram do tema exposto pelos diretores. Pelo ocorrido, o Sindipetro-ES decidiu não mais patrocinar o PetroUfes.
Os diretores Felipe Homero e Wallace Ouverney falaram sobre o Pré-sal e Política de conteúdo local na Indústria de Petróleo. Discorrendo sobre a soberania energética, Wallace convidou os estudantes a conhecerem e participarem da plataforma operária e camponesa de energia. Em sua fala, os diretores também denunciaram a perda dos direitos dos trabalhadores com a já aprovada Lei da Terceirização e as ameaças à classe trabalhadora que as Reformas da Previdência e Trabalhistas representam.
Entendemos que isso se chama repressão, ditadura e censura. O que não imaginávamos é que isso aconteceria dentro do campus de uma universidade federal, local onde se preza a democracia e a livre expressão de opiniões e ideias. Reafirmamos nossa disposição de continuar lutando contra o desmonte da Petrobrás, para que ela se torne uma empresa 100% nacional.
A Petrobrás é do povo brasileiro.