Vamos ser diretos: uma empresa como a Seacrest, que possui expertise no mínimo duvidosa (é o que podemos dizer de uma empresa que tem sede em paraíso fiscal e que nunca antes havia participado de absolutamente nada envolvendo exploração de petróleo), gerir o Polo Norte Capixaba significa que o Espírito Santo conviverá todos os dias com uma bomba ambiental prestes a explodir.
Isso porque o Terminal Norte Capixaba (TNC), que integra o Polo Norte Capixaba, opera com monoboia e depende de trabalhadores especializados para realizá-la com segurança. Vender esse conjunto de campos, com infraestruturas altamente equipadas e de larga escala, para empresas com pouca experiência na atividade, sem anos de prática e operação, é um risco gigantesco.
O pior: a atuação da Seacrest no Espírito Santo demonstra todo o despreparo e a negligência da empresa a respeito da segurança. Já chegou ao conhecimento do Sindicato que já ocorreram ao menos cinco acidentes de vazamento de óleo em campos sob a responsabilidade da empresa. E o mais grave é que não temos conhecimento de que qualquer um desses pequenos acidentes tenha sido reportado aos órgãos competentes.
Se essa empresa não consegue gerir pequenos poços de petróleo e não tem a responsabilidade de avisar aos órgãos necessários quando esses acidentes ocorrem, imaginem o risco de tê-la atuando no Polo Norte Capixaba.