No final do ano passado, a Petrobrás anunciou uma redução de 3% no preço dos combustíveis, devido a retração do preço internacional do petróleo.
Vocês acham que essa ação da companhia foi seguida pela Acelen, do Fundo Mubadala Capital, nova operadora da refinaria da Bahia, ex-RLAM rebatizada de Refinaria de Mataripe? Claro que não!
O fato confirma uma percepção já apontada pelo Ineep: a privatização do refino não necessariamente significará maior concorrência e menores preços para o mercado brasileiro.
Aliás, é mais provável o contrário: incentiva a criação de monopólios regionais privados que impedem que possíveis ações de redução no preço dos combustíveis vindos da Petrobrás (baseadas no preço internacional do petróleo ou na variação cambial) impactem diretamente a população.
É importante que os capixabas lembrem disso. Afinal, não faz muito tempo que falamos sobre a venda de 27 campos de petróleo localizados no Espírito Santo.
As falácias envolvendo os possíveis benefícios da privatização são as mesmas de sempre e também foram usados para a venda da RLAM.
A privatização do refino e a desnacionalização não levam a maior concorrência, não asseguram menores preços para os consumidores e não garantem o abastecimento do mercado interno. Esse modelo apenas expõe o mercado brasileiro aos riscos de descoordenação, desabastecimento e inflação de combustíveis.