O que se espera de alguém que vai comandar a maior empresa do país? Que ele conheça minimamente as especificidades dessa empresa, seu modelo de negócios e como ela pode aumentar sua produtividade, certo?
E sendo esse novo presidente um membro das Forças Armadas, que ao menos tenha uma visão nacionalista dos recursos naturais brasileiros e baseie suas decisões pensando na soberania nacional, correto?
Bem, se vocês pensaram o ÓBVIO então se enganaram, pois é exatamente o contrário disso que acontece hoje na Petrobrás.
O General Joaquim de Silva e Luna mostrou que não entende nada da empresa que assumiu como presidente. Ao ser sabatinado pelos deputados sobre a venda da RLAM, sobre política de preços e os desinvestimentos da empresa, o militar não conseguiu dar sequer uma resposta decente a respeito do tal “planejamento estratégico” da empresa.
por que a gestão da Petrobrás burla o Parlamento e descumpre a Constituição, criando subsidiárias para vender ativos estratégicos sem autorização do Congresso Nacional e sem diálogo com os trabalhadores, por exemplo?
Como esse planejamento estratégico pretende reduzir o endividamento da empresa vendendo ativos importantes como a RLAM, para obter a redução 0,06% sobre os últimos níveis de Dívida Líquida / EBITDA reportados pela Petrobras de 2,33x (no 3T20)”?
Como magicamente as privatizações atrairão novos agentes econômicos se todos os estudos na área demonstram grande risco de criação de monopólios privados com a venda dessas plantas?
Aliás, o próprio BNDES mostrou, em 2018, que a privatização de refinarias não iria abrir o mercado, mas sim criar monopólios para a iniciativa privada.
Na verdade, o que temos à frente da Petrobrás é a face mais rasteira do militarismo. Um funcionário que fará aquilo que for necessário para cumprir o papel designado pelo seu superior.
Mesmo que isso signifique sabotar a soberania nacional e entregar a maior empresa do país na mão dos interesses estrangeiros. “