Em meio a um cenário de crescente insatisfação entre os trabalhadores offshore, sindicatos de petroleiros de diversas bases do Sistema Petrobras se reuniram emergencialmente nesta segunda-feira (24/03) para tratar da recente política de desimplantes aplicada de forma massiva e unilateral pela gestão da companhia. A medida tem gerado impactos diretos na vida laboral e pessoal de centenas de petroleiros e petroleiras, acendendo um alerta em toda a categoria.
Segundo relatos recebidos pelo Sindipetro-ES e por demais sindicatos filiados à FUP que representam trabalhadores offshore, a categoria tem sido surpreendida por comunicados automáticos, sem qualquer diálogo prévio, justificativa técnica ou negociação sindical. As situações envolvem remoções abruptas de unidades e mudanças compulsórias de base, ignorando tempo de serviço, histórico funcional e aspectos familiares.
Pauta imediata dos sindicatos
Diante do quadro, os sindicatos da FUP deliberaram por duas medidas urgentes: a primeira é a suspensão imediata da política de desimplantação, feita sem negociação e comunicada de forma automática. Os sindicatos exigem que essa política seja interrompida até que haja diálogo institucional e transparência sobre critérios e impactos.
Outra medida é que haja uma reunião emergencial com a gestão do E&P e Recursos Humanos para que sejam explicados os objetivos da nova estratégia, os parâmetros utilizados e sua relação com o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho). Ressalta-se que nenhum dos pontos da pauta offshore, amplamente demandados pelas entidades, foi até agora discutido pela empresa na mesa de negociação.
“Não aceitaremos injustiças e medidas unilaterais. Qualquer alteração estrutural que afete trabalhadores deve ser discutida com os sindicatos e federações.”, afirma Alex Pereira, diretor do Sindipetro-ES.
Mobilização em curso e indicativo de greve
Embora ainda sem data definida, os sindicatos já iniciaram organização para uma possível greve nacional, caso a Petrobras não reverta imediatamente a política e não sente para negociar. As entidades informam que buscaram agenda emergencial com a diretora executiva da Petrobras, Sylvia Maria dos Anjos, e aguardam retorno. Caso a reunião não aconteça de forma célere e com abertura real ao diálogo, a categoria pode entrar em estado de greve nas próximas semanas.
O Sindipetro-ES reafirma que o trabalho embarcado exige dedicação, desprendimento familiar e um conjunto de riscos que jamais podem ser tratados por e-mail automático ou decisões arbitrárias.
