Se a unidade for fechada haverá a perda de mais de 500 empregos na Região Sul do Espírito Santo, e o município de Anchieta será o mais prejudicado.
Mesmo após a mudança de rumo da Petrobras com a eleição do presidente Lula, infelizmente alguns gerentes continuam a usar a cartilha de Bolsonaro e Paulo Guedes para decidir os rumos da Companhia. Fazem da imposição de lucro a curto prazo a desculpa perfeita para hibernar instalações e paralisar atividades, na contramão do desejo de desenvolvimento do país e da longevidade da Petrobras. E um desses exemplos, alerta o Sindipetro-ES, está em Anchieta, no Sul do Espírito Santo.
A Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba (UTGSul) está caminhando para a hibernação mesmo após várias solicitações de remodelagem da unidade, incluindo a apresentação de alternativas para que suas atividades não sejam suspensas. O fechamento da UTGSul ocasionará a perda de mais de 500 empregos, diretos ou indiretos, na Região Sul do Estado. “E colocar uma excelente planta industrial em desuso a expõe para corrosão e depreciação, tornando ainda mais difícil seu retorno à operação no futuro”, pontua o coordenador geral do Sindipetro-ES, Valnísio Hoffmann.
O Sindipetro-ES já apresentou soluções para a dinâmica do gás no Espírito Santo, incluindo a entrega ao vice-presidente Alckmin de uma minuta de projeto que pode viabilizar a unidade. Além disso, há poços exploratórios com grande potencial para gás natural e que estão sendo perfurados, sendo fundamental aguardar o resultado da economicidade dessas perfurações para decidir o futuro da UTGSul. Enquanto se espera essa decisão, a unidade, que precisa de pouco gás para manter suas atividades mínimas, algo em torno de 300 mil m3/dia, pode receber esse volume desviado da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), por exemplo.
“É preciso mais empenho das lideranças da Petrobras em tornar viável o projeto de desenvolvimento do país. Em especial, é sabido que a industrialização passará por um maior consumo de gás. E o Espírito Santo, que possui um dos maiores índices de desindustrialização do país, não pode perder mais uma planta industrial”, alerta Hoffmann.
Para o Sindipetro-ES, o fechamento da UTGSul está na contramão do estado desenvolvimentista que se deseja, sendo um enorme retrocesso para a Petrobrás e para o Governo do Espírito Santo. “É necessário romper com as correntes do atraso, a surdez seletiva e avançar no caminho do desenvolvimento. A UTGSul é viável, basta querer”, defende Hoffmann.