O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro/ES) volta a afirmar: é um erro manter o processo de venda dos campos petróleo do Polo Norte Capixaba. Nesta quarta-feira, dia 08 de fevereiro, um caminhão que presta serviços para a Seacrest, empresa que comprou os ativos da Petrobrás em 2022, tombou em uma estrada de Linhares, quando buscaria óleo para transporte da carga.
“Se o caminhão, que cabe no mínimo 30 mil litros de óleo, já estivesse transportando o produto, seria um acidente de grande impacto ambiental”, diz o coordenador-geral do Sindipetro/ES, Valnísio Hoffmann. E o alerta é ainda mais grave, visto que a empresa responsável tem um histórico de pequenos incidentes, como derramamento de petróleo em campos terrestres e rompimento de dutos. “Todos esses casos, inclusive o acidente com o caminhão, preocupam cada vez mais as comunidades onde esses trabalhos são realizados, porque a empresa não dialoga sobre o que está acontecendo nem fala das providências tomadas para precaução”, relata.
Para a diretoria do Sindipetro/ES, o acidente desta quarta-feira é uma gota a mais em um copo que já transbordou. “É fundamental interromper, suspender, acabar com os processos de vendas do Polo Norte Capixaba. O que aconteceu nesta semana é mais uma prova de que a Seacrest não está preparada nem tem competência técnica mínima para assumir esses ativos”, afirma Hoffmann.
O coordenador do Sindipetro/ES aponta, ainda, que há relatos de precarização das condições de trabalho, como jornada extensa e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Um exemplo dessa precarização é o fato de os motoristas das carreatas que transportam óleo também serem os responsáveis pela carga e descarga do produto, o que pode aumentar os riscos de acidentes.
Venda
A negociação dos ativos localizados na região Norte do Espírito Santo abrange os cinco maiores campos de petróleo em terra do estado, cuja assinatura do contrato de venda ocorreu em fevereiro de 2022. Os campos estão distribuídos entre os municípios de São Mateus, Jaguaré e Linhares.
E a previsão é de que as negociações sejam encerradas no próximo mês de março. “E isso é ainda mais preocupante, porque a atuação no Terminal Norte Capixaba (TNC) exige empresas com experiência e infraestrutura, o que a empresa já mostrou inúmeras vezes que não tem, assim como também não tem capital suficiente para recorrer em casos de acidente de grande potencial”, frisa Hoffmann.
O Sindipetro/ES já entregou uma solicitação ao presidente interino da Petrobrás, Jean Paul Prates, pela suspensão imediata das vendas em andamento no Espírito Santo. Ação realizada juntamente com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e outras entidades sindicais que representam a categoria em outros estados. Na ocasião, também foi reivindicada a reversão da venda do campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, e que infelizmente veio a ser concretizada no último dia 26 de janeiro.
Confira, aqui, os motivos para a suspensão das vendas do Polo Norte Capixaba.
