Nós sabemos que este ano não será fácil. Além das eleições, que tendem a ser tensas, teremos que batalhar muito pelo novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Esse contexto torna ainda mais importante falarmos sobre o que chamamos de Sindicalismo Afetivo.
Por muitos anos os sindicatos eram ambientes hostis entre diretores e integrantes da própria categoria. Não é de se espantar que isso fizesse com que perdêssemos o nosso diferencial: a força de mobilização e de luta. A consequência acabou sendo a perda de direitos, seja por legislação seja por acordos coletivos.
O Sindipetro/ES decidiu fazer diferente. E é aí que entra o que nós chamamos de sindicalismo afetivo.
Se nós queremos fazer com que a categoria esteja unida, então precisamos dialogar com ela ao mesmo tempo em que também se faz necessário estarmos mais próximos das demandas da sociedade. Por isso tornamos prioridade reconquistar a confiança e o respeito dos trabalhadores, e, em paralelo, fizemos ações sociais, desde doação de alimentos até combustíveis e gás, sempre com apoio da categoria.
Isso só é possível de ser realizado porque elegemos uma diretoria diversa (gênero, raça, sexualidade, regime de trabalho) e, na sequência, descentralizamos as tomadas de decisão, o que implica em ter profundo respeito e confiança no trabalho do outro.
Também nos reaproximamos dos movimentos sociais, aumentamos a transparência e estreitamos a proximidade com o dia a dia dos trabalhadores. Parece óbvio, mas em um ambiente de disputas e de desconfiança da categoria, isso simplesmente não é possível.
Quem antes não se via representado no sindicato, achava que não seria ouvido ou, pior, não confiava na diretoria, passou a ver na gestão planificada este espaço e foram se aproximando.
Vale a pena destacar o grande trabalho que o jurídico tem feito, o que contribui para a sensação dos/as trabalhadores/as de que podem confiar no sindicato para defendê-los/as.
Recebemos as críticas, reconhecemos as falhas e nos mostramos mais disponíveis, acessíveis e preocupados em dar um retorno aos questionamentos e demandas, quase sempre com uma solução.
E essa forma de atuar próxima às demandas e questões do dia a dia dos trabalhadores, mas sem deixar de lado a firmeza nas lutas, nas paralisações, greves e cobranças à empresa, é o que temos chamado de sindicalismo afetivo.
Chegou a hora de reconquistar o Brasil e reconstruir tudo que está sendo destruído, e os sindicatos têm papel fundamental nisso. Não há a possibilidade de fugirmos desta responsabilidade.
Sindipetro/ES em ação!
Texto escrito por Rodrigo Ferri, diretor de Administração do Sindipetro/ES.