Sindipetro ES

Petrobrás, Eleições 2022 e a defesa da soberania nacional

Reconhecendo a importância da atual conjuntura do país e do próximo processo eleitoral, previsto para acontecer em outubro deste ano, a primeira mesa de debate do 31º Congresso Estadual dos Petroleiros do Espírito Santo (Congrepes) teve como tema “Sindicalistas e Parlamentares juntos na Defesa da Soberania Nacional”. Realizada nesta quinta-feira, dia 24 de março, o espaço contou com a participação de Helder Salomão, deputado federal (PT/ES); Iriny Lopes, deputada estadual (PT/ES); Camila Valadão (PSOL/ES) e Karla Coser (PT/ES), ambas vereadoras de Vitória.

Confira o primeiro dia do 31º Congrepes >> https://www.youtube.com/watch?v=Fqb8CZPPN9o

Em suas falas, as convidadas e o convidado argumentaram sobre a importância da Petrobrás para a reconstrução do país, defendendo a Soberania Nacional e enaltecendo a luta da categoria petroleira, sempre ao lado dos interesses da população brasileira.

Visão Nacional

O deputado federal Helder Salomão (PT/ES) argumentou, em sua fala, a importância de se manter a luta que já vem sendo realizada contra um modelo de Estado que exclui milhões de brasileiros e brasileiras. “Um Estado que está condenando novamente milhões à fome e ao desemprego, e nós sabemos que o país vive um caos econômico e social não somente por causa da pandemia, em que o governo tenta na sua narrativa convencer a população brasileira. Mas o agravamento da crise teve início com o golpe parlamentar de 2016 e, de lá pra cá, agravaram com as reformas trabalhista e da previdência, e também com o projeto absurdo de privatização de nossas riquezas”, lembrou Salomão.

Em uma fala de defesa da Petrobrás, o deputado ainda reforçou o quanto a empresa estatal ainda é o símbolo mais importante da soberania nacional do Brasil. “E para o nosso projeto de país, que é da reconstrução de uma nação de grande importância mundial, a Petrobrás fortalece o Brasil com suas riquezas e, também, com projetos e políticas públicas e sociais”, frisou ele.

Para Salomão, é fundamental que a força de união do país, em defesa da recuperação do Brasil, esteja associada ao fim das privatizações. “È preciso que a gente resista. A nossa luta não tem sido fácil. Estamos diante de um projeto que ameaça a democracia brasileira. A tentativa de privatizar a Eletrobras e os Correios, as privatizações fatiadas da Petrobrás, inclusive no ES, têm trazido prejuízos para a economia capixaba e a brasileira. Temos o exemplo das três fábricas de fertilizantes que foram fechadas, no Brasil, e que agora deixam o país numa situação de ainda mais dependência. A luta do Sindipetro/ES é vital para nossa democracia. Se o quadro é grave, é fundamental que a gente busque mais fortalecimento dentro de nosso campo, dentro do corpo popular e social”, pontua o deputado federal.

O parlamentar ainda falou da importância de se elevar a voz para o fortalecimento da Petrobrás e de sua manutenção no Espírito Santo. “Elevamos a nossa voz para nos unir ao Sindipetro/ES e a todos aqueles e aquelas que entendem que o país não pode abrir mão de uma empresa que é a Petrobrás. Nós vamos vencer o projeto fascista neste ano, e vamos ter que continuar atuando, nos próximos anos, para continuar vencendo. A luta para vencer o fascismo não encerra em 2022. Ela será contínua”, disse Salomão.

Reestruturação

A vereadora de Vitória, Karla Coser (PT/ES), também participou do debate. E, segundo ela, o ano de 2022 também será fundamental para que ocorra a reestruturação do país. “O Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro. O desmonte da maior empresa de nosso país tem sido feita por ele, embaixo dos panos. E precisamos debater isso com nossos governantes, com prefeitos, vereadores e todos os representantes”, reforçou.

Segundo Coser, a força da Petrobrás e participação dos/as petroleiros/as será crucial para que essa reconstrução seja efetivada. Em especial para que seja possível ampliar o alcance dessas discussões, que envolvem o desmonte da empresa e a sua privatização, junto á população.

“Temos que discutir mais sobre esses assuntos, porque a população não fica sabendo de tudo. Mas quando chegamos ao bairro e falamos do preço do gás ou da gasolina, nós conseguimos dialogar com essas pessoas. Temos que buscar formas de popularizar o problema da venda da Petrobrás, dos nossos ativos, para que as pessoas entendam o que está acontecendo. Acho que o nosso maior desafio é popularizar esse discurso. Para que, assim, seja possível mostrar a todos e a todas a importância da Petrobrás para o Brasil”, defendeu a vereadora. E finalizou: “A gente tem que estar juntos para derrotar o Bolsonaro em 2022”.

Bolsonarismo

A necessidade de união de forças também esteve presente na fala da vereadora Camila Valadão (PSOL/ES). “Este é o ano de derrotar Bolsonaro e de derrotar todo o bolsonarismo, um movimento que dialoga com o negacionismo, com a retirada de direitos, com a morte”, afirmou. Para ela, a importância em derrotar o bolsonarismo existe devido a forma como ele atua em diferentes camadas da nossa sociedade.

“Derrotar o Bolsonarismo significa a construção de espaços de unidade e alianças em defesa de nossas pautas de trabalhadores e trabalhadoras. Não tenho dúvida que essa é a tarefa mais urgente, colocada em todos os movimentos, em partidos políticos da esquerda e de todos que lutam em defesa do nosso país. E a derrota do Bolsonaro está condicionada a nossa mobilização política, a nossa articulação, a nossa capacidade de expor que esse é o governo da fome, que esse é o governo do desemprego, que esse é o governo do negacionismo, do ódio às minorias e que quer, sim, a morte de mulheres, da população negra e da juventude periférica. Esse é o governo que reduz os investimentos na educação. Esse é o governo da privatização”, pontua a vereadora.

Para tais conquistas, ela aponta algumas possibilidades de estratégias que possam contribuir para o fortalecimento da mudança que o país precisa. “Precisamos falar e defender o tempo todo a nossa soberania e o nosso posicionamento da defesa das nossas riquezas e independência. Precisamos transformar todo esse desgaste e todo esse luto em luta. Esse congresso precisa servir, ainda mais, para o ânimo de vocês, para fortalecer as lutas que virão em 2022, para que possamos sair dessas mazelas”, disse Valadão.

A Petrobrás é nossa!

A deputada estadual Iriny Lopes (PT/ES) foi a última a participar do debate. Integrada à causa dos/as petroleiros/as, ela contribuiu diretamente para que o Sindipetro/ES, em 2020, tivesse a oportunidade de defender junto ao Governo do Estado a manutenção da Petrobrás no Espírito Santo. E, desde então, segue ao lado da categoria, defendendo a importância da Petrobrás não apenas para a soberania brasileira e da geopolítica internacional da energia, mas principalmente para o que ela representa e significa, economicamente e financeiramente, com sua presença no estado.

“Me incomoda, profundamente, o silêncio do Palácio Anchieta em relação ao fatiamento e a venda dos ativos da Petrobrás em nosso estado. Me incomoda as duas privatizações no Espírito Santo, que estão em curso – e o silêncio é ensurdecedor. Me incomoda as privatizações da Petrobrás e as privatizações dos nossos portos. Ambos fundamentais para a sustentação do estado e de sua relevância para a região onde se encontra”, apontou Lopes.

Segundo a deputada, a defesa que é feita, hoje, da Petrobrás, não vai ser só neste momento, assim como não foi apenas no passado. “Ela vai se aprofundar quando colocarmos os programas políticos e as candidaturas frente a frente, vendo quem defende o quê”, alerta ela. Por isso que Iriny Lopes defende que o processo eleitoral de 2022 será essencial para traçar o futuro do Brasil.

“São milhões de desempregados decorrentes da quebradeira provocada pela lava jato, das contrarreformas colocadas e votadas por um Congresso que não representa a maioria do nosso povo. Por isso que nós todos que seremos candidatos e candidatas, nesse processo, estaremos não apenas levantando o que foi o legado do presidente Lula e da presidente Dilma na vida do povo brasileiro, mas vamos colocar como central a soberania do nosso país”, pontuou a deputada.

Em defesa a essa perspectiva, Iriny Lopes apresentou, durante sua fala, um novo caminho possível para os próximos dias: “Se em um determinado momento de nossa história nós gritamos, enquanto povo, que o petróleo é nosso. Agora é gritar a Petrobrás é nossa. Esse é o grito que devemos fazer”.

Confira aqui o texto sobre a abertura do 31º Congrepes.

Confira aqui a fala de Deyvid Bacelar no primeiro dia do 31º Congrepes.

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