Doses serão entregues ao país com prazo de validade curto. Estratégias estão sendo adotadas para que não haja perda de vacinas
O Espírito Santo está prestes a receber uma nova opção de vacina contra a covid-19. Para a próxima semana, está prevista a chegada de 50 mil doses do imunizante produzido pelo laboratório Janssen.
Conforme noticiado pelo Ministério da Saúde, as doses chegarão com uma validade curta. Por isso, a Secretaria de Saúde (Sesa) pretende aplicar todas as doses em um único dia.
Segundo a pasta, a logística para a distribuição e aplicação do imunizante no Espírito Santo serão definidas nos próximos dias e anunciadas em breve.
A vacina da Janssen é aplicada em dose única, ao contrário das demais utilizadas no Brasil. Ela foi aprovada em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Prazo de validade
O lote com 3 milhões de vacinas contra covid-19 da Janssen tem prazo de validade até o dia 27 de junho – ou seja, daqui a menos de três semanas.
A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid no Senado na terça-feira (8).
Esse é o lote que o ministro havia anunciado ter conseguido antecipar doses, junto à farmacêutica Johnson & Johnson, na última sexta-feira. A expectativa do governo Bolsonaro é que os imunizantes cheguem ao País na próxima semana.
O prazo de validade curto dos imunizantes foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo. Questionado na CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Queiroga atestou a informação: “Entendemos que temos de fazer uma estratégia para aplicar essas 3 milhões de doses em um prazo muito rápido, para não correr o risco de vencer”.
A antecipação teria sido “pactuada” pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), segundo o ministro.
“Naturalmente que, se tardar o posicionamento do FDA, essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis para nós, por conta da exiguidade de prazo”, disse Queiroga.
Distribuição
De acordo com o Ministério da Saúde, para acelerar a entrega, as vacinas da Janssen serão enviadas apenas para as capitais – mesmo modelo adotado inicialmente para os imunizantes da Pfizer.
A pasta também afirma que vai fazer “mutirões de vacinação” e “ampla campanha” para incentivar as pessoas a irem aos postos de saúde. Assim, a meta do governo é esgotar todas as doses em até cinco dias.
O ministério diz, ainda, que o Brasil é capaz de vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia. Dados do consórcio de veículos de imprensa, no entanto, mostram que o número de pessoas vacinadas contra a covid ficou próximo a um milhão por dia na última semana.
Em 23 de abril, a marca mais elevada desde o início da campanha, houve a aplicação de 1.744.001 doses. Presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula confirmou que o conselho foi consultado.
“Era a oportunidade de receber esses lotes. Com o ritmo de vacinação, a gente acredita que serão de 10 a 14 dias para aplicar essas vacinas”, disse. “Se houver esse prazo, há condição de aplicar sem deixar nenhuma estragar.”
Ao todo, o Ministério da Saúde fechou acordo com a Johnson & Johnson para a aquisição de 38 milhões de doses. Pelo planejamento, a previsão de entrega era de 16,9 milhões entre julho e setembro, além de 21,1 milhões de outubro a dezembro.
Até o momento, o País conta com três vacinas com uso emergencial aprovado: Oxford/AstraZeneca, CoronaVac, da chinesa Sinovac, e Pfizer.
Na semana passada, a Anvisa também autorizou a importação da russa Sputnik V e da indiana Covaxim, em caráter excepcional e com uso limitado a 1% da população.
Com informações do Estadão