A atual gestão da Petrobrás segue desmantelando a empresa, congelando investimentos, privatizando seus ativos e prejudicando a economia nacional. Desta vez, a Companhia publicou seu interesse em ceder sua participação no bloco BM-S-51, localizado na Bacia de Santos.
Esse bloco apresenta características desejadas pelas empresas estrangeiras: está sob regime de concessão, dentro do polígono do pré-sal. Dessa forma, com menores riscos exploratórios e maiores vantagens econômicas, é uma vitrine para investidores e uma janela para o fim do regime de partilha. O receio é que essa venda, prejudicial ao futuro da Petrobrás, seja feita, exclusivamente, com o interesse de satisfazer os desejos do capital internacional. As respostas, no entanto, podem vir somente com a conclusão das negociações.
A Petrobrás continua vendendo o seu futuro a partir do momento que se desfaz dos seus blocos exploratórios. Ao se desfazer de mais essa oportunidade exploratória, a Empresa acaba perdendo grande parte da sua expectativa de produção futura. E o Ativo de Búzios, hoje tão aclamado, não será capaz de, sozinho, assegurar o futuro da Companhia.
A Estatal detém 80% da participação na concessão desse bloco, em Santos, em consórcio com a Repsol Sinopec Brasil, que detém os demais 20%. A intenção é de se desfazer de 50% a 100% de toda sua parte, de uma área próxima de 700 km² para exploração. O desinteresse pelos blocos na Bacia de Santos é quase uma afronta: estão muito perto de outros blocos com presença comprovada de reservas gigantes de petróleo.
Antes de anunciar a oportunidade de investimento referente a Bacia de Santos, a Petrobrás, recentemente, anunciou o mesmo interesse em ceder a totalidade da sua participação no Contrato de Exploração e Explotação Tayrona, localizado em águas profundas no off-shore colombiano, na Bacia de Guajira.
A Empresa, por meio da sua filiada PIB-BV, detém mais de 40% de participação desse contrato, atualmente em consórcio com a Empresa Colombiana de Petróleo S.A. (Ecopetrol). A proposta da Petrobrás é de oferta da operação e da participação da empresa na porção exploratória do Bloco Tayrona, que engloba uma área superior a 8 mil km². A Ecopetrol poderá exercer direito de preferência pelo bloco.
O anúncio, sobre a oportunidade de investimento exploratório, foi feito pela Petrobrás no final do mês de julho. A Companhia estendeu o prazo para que as empresas manifestem interesse no Bloco Tayrona até o dia 21 de agosto de 2020. Já para o Bloco da Bacia de Santos, o prazo de expressar interesse vai até o dia 24 de agosto de 2020.
Dois dos exemplos mais recentes do esquartejamento da Petrobrás e do caminho de privatização assumido pela gestão Castello Branco, na Empresa.