Sindipetro ES

Trabalhadores do petróleo brasileiro: uni-vos!

A história da classe trabalhadora enlaçada à história da categoria petroleira no ES e no Brasil
O SINDIPETRO-ES completa 30 anos hoje, 01 de abril. Da trajetória do movimento sindical dos petroleiros no Brasil e no Espírito Santo há muito do que se orgulhar, mas principalmente, neste momento, há a certeza de que ainda há um porvir de muito o que lutar. Nas palavras do diretor do SINDIPETRO-ES surge inspiração para encarar de frente o desafio: “A história do Sindipetro mostra que tudo que conquistamos foi por meio da mobilização popular. Esse governo, que foi eleito em virtude um golpe jurídico-midiático-parlamentar, a cada dia mostra mais seu despreparo, mas além disso está evidente sua nefasta vocação de tentar enfraquecer a classe trabalhadora. Resistir para existir, lutar a cada dia, trazer novos sindicalizados, fomentar o engajamento dos antigos e nos fazer ouvir, mostrando mais uma vez a força da categoria, são saídas possíveis para desanuviar o horizonte e garantir nossos direitos, inclusive a retomada do que nos foi arrancado.” E Paulo Rony Viana dos Santos, coordenador geral do SINDIPETRO-ES, continua, lembrando que a pauta da luta agora, em primeiro lugar, é contra a privatização, em segundo e não menos importante, barrar a reforma da previdência, que de reforma nada tem, é mera destruição.
A vocação para a resistência persiste, são muitos marcos na linha do tempo da história da luta sindical dos petroleiros: foi a primeira categoria a entrar na greve geral nacional em 1983, num dos mais aguerridos capítulos da luta contra a ditadura militar; depois, em 1995 na célebre greve de 32 dias contra às privatizações de FHC, até tanques de guerra invadiram algumas refinarias, e a categoria não sucumbiu. No Espírito Santo, há 30 anos acontecia a fundação do movimento petroleiro capixaba em São Mateus, de modo incipiente, mas já repleto de bravura, coragem e determinação. A classe petroleira capixaba, a exemplo da nacional, mostra que não se esquece de que é classe trabalhadora, e mesmo situando-se como categoria de segurança nacional, não foge à luta.
Mas para que a luta faça sentido e seja coletiva, é preciso reconhecer a opressão, como escreveu Bertold Brecht no poema “A esperança do mundo”:
“Seria a opressão tão antiga quanto o musgo dos lagos? Não se pode evitar o musgo dos lagos. Seria tudo o que vejo natural, e estaria eu doente, ao desejar remover o irremovível?”
E não naturalizar a precarização, como diz o poeta adiante no mesmo poema: “Quanto mais numerosos os que sofrem, mais naturais parecem seus sofrimentos, portanto. Quem deseja impedir que se molhem os peixes do mar?”
Porque mais do que nunca, é preciso mais do resistir, é necessário que não nos resignemos, ou como disse Brecht ao final do poema citado:
“É terrível que o homem se resigne tão facilmente com o existente, não só com as dores alheias, mas também com as suas próprias. Todos os que meditaram sobre o mau estado das coisas recusam-se a apelar à compaixão de uns por outros. Mas a compaixão dos oprimidos pelos oprimidos é indispensável. Ela é a esperança do mundo.

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