Vivemos em um país de várias tragédias anunciadas. No momento, talvez a maior do século, a destruição de nossa história, de nossa ciência, de nossa cultura. O maior crime do país, não apenas contra o país, mas contra a humanidade. Não foi um pequeno incêndio, não foi uma causa justificável, foi a alma de vários brasileiros é que foi queimada. Foi a vergonha de ser brasileiro, de lutar desesperadamente por um pais melhor e tudo virar cinzas.
Não adianta querer ser Scarlet O’Hara e se ajoelhar diante das cinzas e dizer que vamos construir novamente o que o fogo destruiu, a destruição foi para sempre, o filme é lindo a vida real não. Mas a maior queima mesmo foi a alma de vários brasileiros, que não fogem a luta.
Sinto o mesmo sentimento de quando li na história a destruição total da biblioteca de Alexandria por um incêndio, a maior da antiguidade, ou ao bombardeio do museu da humanidade no Iraque, o berço de nossa civilização. A mídia compara ao bombardeio de Altamira, outra perda lastimável para a humanidade.
Perdemos Luzia, nosso maior orgulho, mas não perdemos bendegő, ele resistiu ao fogo e ficou imponente na entrada, no mesmo lugar, como um guardião do museu. Mas, do que adianta a alegria de ver bendegő na entrada, sempre receptivo, e nada mais, além, nada mais.
Agenor Scart é Técnico de Operação, que trabalha no TNC, em São Mateus