Resistir. Essa foi a lição dada nesta quarta-feira, 08, quando o Sindipetro-ES realizou o Seminário Heranças Escravocratas, Capitalismo Dependente e Direitos dos Trabalhadores, na Ufes, com a presença dos palestrantes Helder Molina, doutor em Ciência Política e professor da Uerj, e Helder Gomes, mestre em Economia e doutor em Política Social pela Ufes.
A palestra contextualizou historicamente as etapas do capitalismo e da perda de soberania nacional a partir da década de 1990, com a privataria tucana. Para Helder Gomes, o país ainda vive na ilusão do “Brasil Potência” e sofre com a inversão da Constituição Cidadã, com os novos pactos políticos e com a irresponsabilidade dos Três Poderes.
“Para que o movimento sindical possa dar vazão a uma luta mais coesa, é preciso romper com a tradição política criada com a conciliação de classes, recuperar o sentido de uma revolução brasileira e unir forças em torno da construção de um novo sentido de humanidade”, declarou Gomes, em sua palestra.
Já na palestra de Helder Molina, foram apresentados argumentos para as heranças escravocratas no país e os principais desafios e tarefas dos sindicatos e movimentos populares diante da atual conjuntura social, política e econômica. Para ele, a conciliação de classes permitiu o pacto com representantes de outras ideologias, e que hoje implementam o modelo econômico que se identificam.
“Se antes não havia um projeto nacional, hoje muito menos. No atual cenário, não há vontade política em incluir os pobres em âmbito algum, seja político, econômico ou social”, afirma Molina.
Por fim, o professor da Uerj afirma que a tarefa é resistir contra as reformas e privatizações de Temer, desejadas pelo mercado e pela mídia tradicional. “Resistência e reorganização é a tarefa do momento. Tem que melhorar a comunicação direta com as bases, organizar os trabalhadores nos locais de trabalho, mobilizar as ruas e não conciliar com as forças golpistas e do mercado”.
Para o coordenador-geral Paulo Rony, o evento foi esclarecedor e fundamental para entender que rumos os movimentos sindical e social devem tomar. “As entidades devem sempre se atualizar e repensar os modos de fazer o enfrentamento, principalmente agora que estamos em um período complicado de retirada de direitos e privatizações. Os debates de hoje serviram para a gente ter uma noção de para onde devemos caminhar”.
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