Sindipetro ES

Moradores de Campo Grande interditam acesso ao TNC

 
Moradores da Comunidade de Campo Grande, em São Mateus e integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) interditaram hoje o acesso ao Terminal Norte Capixaba (TNC) da Petrobrás. O bloqueio foi feito com a colocação de pneus na estrada.
De acordo com Patrycia Sena Barbosa, que é moradora da comunidade e integrante do MAB, o bloqueio começou por volta das quatro horas da madrugada. Cerca de sessenta pessoas se mantém em frente ao TNC impedindo o acesso nos dois sentidos. “Apresentamos uma pauta de reivindicações à Petrobrás e Prefeitura de São Mateus e vamos resistir até que seja assinado um documento definindo prazos para atendimento das demandas”, afirmou.
Patrycia disse que o gerente do TNC chegou a conversar com os manifestantes pedindo algumas concessões, como a entrada dos funcionários administrativos, mas que não houve essa permissão. Segundo ela, a única saída permitida seria dos petroleiros e petroleiras que trabalharam no turno da noite. Caminhões e carros particulares de empresas e pessoas da comunidade formavam uma longa fila na estrada.
“O movimento puxado pelos moradores da comunidade e pelos militantes do MAB tem todo o apoio do nosso sindicato. A Petrobrás tem que assumir a responsabilidade social e ouvir aos pedidos dos companheiros. Não se responsabilizar e não escutar as reivindicações do protesto legítimo dos moradores de Campo Grande é seguir a lógica da política de Pedro Parente de retirar de nossa estatal o papel social dela”, reflete o diretor do Sindipetro-ES, Walace Ouverney.

 
Reivindicações
Na pauta de reivindicações que compete a Prefeitura de São Mateus estão: construção de escola e unidade de saúde, contratação de serventes e outros profissionais, melhoria do transporte Escolar, reativação da farmácia popular, cessão de uma ambulância para atender a comunidade diminuição da tarifa da linha de ônibus operada pela Viação São Gabriel, disponibilidade de água potável para a comunidade, asfalto, calçamento e pavimentação das vias, construção de ponte, troca da rede elétrica de monofásica para trifásica, ampliação da iluminação pública em pontos estratégicos.
Em relação ao TNC Patrycia reclama de “perseguição” em contratação de mão de obra das pessoas da comunidade local. “O preposto e supervisor perseguem os funcionários da comunidade dentro da empresa, colocando as comunidades umas contra as outras. Foram abertas vagas no Sine de motoristas de ambulância para atender o TNC e não se efetivou a contratação” – disse a dirigente.
Outra reclamação é contra os impactos causados pelas carretas da empresa TVL. “Exigimos ainda que todas as empresas contratadas no terminal um patrocínio para o festival do caranguejo, pois é uma cultura da comunidade”, disse.
Por fim os moradores pedem que as secretarias de Saúde, Agricultura e Meio Ambiente façam uma análise criteriosa e detalhada dos impactos da lama causada no acidente da Samarco em Minas Gerais, que os moradores acreditam terem atingido a comunidade. “Não foram somente vinte pessoas atingidas e sim a comunidade inteira, precisamos do apoio, pois muitos catadores estão passando por dificuldades financeiras para prover o sustento de suas famílias”, disse Patrycia.

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