O Sindipetro-ES e demais Sindicatos da FUP decidiram no Conselho Deliberativo que não darão um “cheque em
branco” para a Petrobrás. Acostumada a honrar a “Mesa de Negociação” e cumprir o que for acordado, a categoria
petroleira tomou um calote na negociação do ano passado. Saímos da greve, confiando em um documento assinado
pelo então presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, e outros três diretores, onde eles assumiam o compromisso de
implementar o que havia sido negociado com a categoria.
Contudo, a nova direção da Petrobrás, colocada pelo governo Temer, decidiu fazer uma “releitura” do documento
já assinado, não acatando seu conteúdo. E agora, de forma cínica, pede novamente que os petroleiros confiem
nas suas boas intenções, sem que estejam claramente escritas as propostas da companhia, sem pegadinhas e
condicionantes. A empresa também insiste em discutir a proposta de redução de jornada, que, além de reduzir salário, pode se transformar em uma ferramenta dos gestores para assediar, punir e até mesmo demitir trabalhadores no futuro. Essa proposta foi feita sem um prévio debate com a categoria nas comissões estabelecidas entre a empresa e a Federação, por meio do acordo coletivo.
O Conselho Deliberativo da FUP definiu que só irá submeter qualquer proposta para avaliação da categoria, após a diretoria da Araucária Nitrogenados aprovar, sem condicionantes, o acordo de implementação do ATS da Fafen-PR e, além disso, a Petrobrás remeter para a Comissão de Regimes sua proposição de reduzir jornada com redução de salários. Um debate que sequer foi feito de forma ampla com a categoria. No próximo dia 13, haverá nova reunião do Conselho da FUP.
Reuniões setoriais com a categoria
Desde terça-feira, a direção do Sindipetro-ES está se reunindo com os trabalhadores nas bases para debater os rumos das negociações.